domingo, 6 de dezembro de 2009

Rogério Torres reune o povo da cultura

Não sei no resto do mundo, mas aqui no Olavo Bilac a terra está aquecendo pra dedéu. Nos últimos dias as coisas até deram uma amenizada, mas, putz, tava demais.

Com medo de que a terra fritasse de repente e eu perdesse a oportunidade, cuidei logo de ir ao lançamento do livro novo do Rogério Torres, O Coronel Elyseu e seu tempo, e fiz muito bem. Casa cheia no Instituto Histórico de Caxias e muita gente boa presente. Stelio Lacerda veio de Teresópolis, Newton Menezes do Rio, Gênesis veio de São João de Meriti, enfim, boa parte das pessoas que construíram a história da cultura em Duque de Caxias e na Baixada Fluminense estavam lá.

Para mim, foi ótimo. Apesar de ter hora marcada para uma palestra com o Fernando Peregrino no Instituto Republicano, pude passar uns bons momentos papeando com Stélio e Menezes, no Mira Serra, pondo o papo em dia. Fazia tempo que a gente não se via. Graças ao papo posso dizer que está no forno um livro novo do Stélio, provavelmente no primeiro semestre de 2010 será lançado.
Quando eu já estava saindo do Mira, já atrasado - é claro - para a palestra do Peregrino, chegaram o Jornalista Eldemar de Souza, o artista plástico Marquinhos Bomfim e a conselheira de culturaCassinha Ferreira, mas, infelizmente, não pude ficar para papear mais um pouco. Uma pena.
Como bem disse o Paulo Ramos, que está com uma exposição de seus alunos também no Instituto histórico, Rogerio Torres conseguiu juntar toda a turma no lançamento de seu livro. Assim é que a coisa fica boa.
Um fato interessante, também, ocorrido no lançamento de " O Coronel Elyseu e seu tempo", foi o Presidente da Câmara Municipal, meu amigo Mazinho, se colocar como o Presidente da Cultura, abrindo os espaços da casa para novos eventos. Independente de qualquer coisa, é raro um mandatário da Baixada com avocar compromissos com a cultura, mas é bom que isso aconteça. Pode ser um indício de que a cabeça de nossos governantes, considerando a ascensão de uma nova geração, está mudando. Mudanças para melhor são sempre bem vindas.

Vicente Portella

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Jornalistas de Caxias repudiam arbitrariedade de assessora de Sérgio Cabral em Duque de Caxias

■ Publicamos a nota oficial da ACIEF-Associação Caxiense de Imprensa Escrita e Falada, distribuída na tarde de ontem, dia 2 de dezembro, denunciando a expulsão do fotógrafo George Fant, da Prefeitura de Duque de Caxias, que cobria uma solenidade oficial no Centro Cultural. A responsável em proibir o profissional de trabalhar partiu da assessora pessoal do governador Sérgio Cabral, Ana Paula (foto), que requisitou a intervenção de seguranças do governador para que o fotógrafo fosse retirado do local.

O fato foi também denunciado a várias entidadedes representativas dos jornalistas e repórteres fotográficos e também foi repudiado pelo presidente da Associçação Brasileira de Imprensa (ABI), Maurício Azedo.

A nota da ACIEF é a seguinte:

"A ACIEF-Associação Caxiense de Imprensa Escrita e Falada, vem a público para repudiar o comportamento arbitrário, grosseiro e ditatorial da assessora do Sr. Governador Sérgio Cabral, conhecida como Ana Paula, que decidiu expulsar o repórter fotográfico George Fant, da Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Duque de Caxias, que trabalhava cobrindo a solenidade da qual participaram o Governador, o Secretário Estadual de Ciência e Tecnologia Alexandre Cardoso e prefeitos das cidades da Baixada Fluminense, de inauguração do projeto Baixada Digital, realizada na parte externa do Centro Cultural Oscar Niemeyer, de Duque de Caxias, na manhã de hoje (dia 2 de novembro).

Para tentar justificar seu injustificável ato, a assessora disse que, além do fotógrafo de sua equipe - Carlos Magno - ninguém mais poderia ficar no local para fazer imagens do Governador, o que causou a indignação dos profissionais de imprensa da cidade que acompanhavam a solenidade. O Assessor de Imprensa da Prefeitura, Antonio Pfister, ao tomar conhecimento do acontecido, procurou a assessora, a quem manifestou seu protesto e pedido para que episódios dessa natureza não se repetissem em solenidade oficiais realizadas na cidade com a presença de autoridades estaduais.

Esta não foi a primeira vez que arbitrariedades como essa aconteceram em Duque de Caxias envolvendo a assessoria do Senhor Governador. No dia 30 de março último, durante a cerimônia de lançamento do projeto do Museu da Ciência e Vida, no bairro 25 de Agosto, envolvendo também a Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia, os profissionais dos órgãos de comunicação do município tiveram sua entrada barrada no recinto onde se realizava a solenidade. Além dos jornalistas, cinegrafistas e fotógrafos, também não puderam entrar alguns vereadores e até mesmo o vice-prefeito Jorge Amorelli. O fato só foi contornado meia hora depois, quando os profissionais, em protesto, ameaçaram retirarem-se do local.

Com a repercussão do episódio, a assessoria do Governador garantiu à ACIEF, através de telefonema ao seu presidente, Carlos de Sá Bezerra, que isso não se repetiria, o que, lamentavelmente, ocorreu novamente na manhã de hoje. O que deixa os profissionais da imprensa de Duque de Caixas perplexos é que o atual Governador é jornalista de profissão, filho de um dos mais combativos jornalistas do Rio de Janeiro e membro aposentado do Tribunal de Contas da cidade do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral..Impedir o ingresso de jornalistas em cerimônias públicas é romper os limites da legalidade e da ordem. Mesmo acontecendo mais uma vez, queremos crer que os fatos registrados em Duque de Caxias não façam parte de um projeto orquestrado de liquidação das liberdades públicas inscritas na nossa Constituição Cidadã, que tanto sangue e suor custaram aos brasileiros para se concretizar.

Duque de Caxias, 02 de dezembro de 2009
Carlos Bezerra, Presidente"

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Prefeitura dando trambique em circo? Isso é covardia...


Li no jornal  hoje que a Prefeitura de Belford Roxo ( RJ ) comandada por um tal de Alcides Rolim, do PT, deu um trambique de 8 mil reais em um circo da cidade. Nunca havia ouvido falar em algo tão grotesco.O circo é uma das organizações artísticas mais naturais e legítimas que existem mas, talvez exatamente por isso, os artistas circenses vivem numa penúria de dar dó. São pessoas que literalmente tiram leite da pedra todos os dias para sobreviver, e fazem isso sem abrir mão de apresentar, quase sempre várias vezes ao dia, espetáculos belíssimos. Coisas de encantar e seduzir a alma humana. 
Não é à toa que as crianças são fascinadas pelo circo. É arte pura em estado cristalino.
Imagino o que se passa na cabeça de um Prefeito desses... Imagino não, sei. Um cara que escolhe um funkeiro para ser seu "Secretário" de Cultura e ao mesmo tempo dá um trambique em artistas circenses, certamente não tem nada na cabeça. Se fosse possível ao vento entrar por uma de suas orelhas e sair por outra, certamente o faria sem encontrar obstáculos.
Mas não é apenas isso. Certamente trata-se de um ser sem qualquer sensibilidade, por isso a ausência de compromissos com coisas sãs, inclusive na administração pública.
Espero que meu amigo Jorge Coutinho, Presidente do Sindicato dos artistas, ao qual os trabalhadores de circo são filiados, tome uma posição contundente sobre essa covardia. Esses moço, assim como seus cambonos, na verdade não estão qualificados para exercer qualquer poder constituído. Infelizmente, porém, a ausência de investimentos em políticas públicas nas áreas mais pobres das cidades nos leva a eleição de aberrações.
Seria bom se todos escrevessem o nome desse Prefeito - Alcides Rolim - em um pedaço de papel para não esquecer. Pessoas de bem não podem dar seu voto à um governante covarde, ou pelo menos a gente sonha que seja assim.


" Batam palmas pro palhaço que na vida já foi tudo, foi soldado, carpinteiro, seresteiro, vagabundo..."


Vicente Portella

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

A Cézar o que é de Cézar

Criei este blog ja faz algum tempo, mas alguns afazeres em outras paragens me impediam de dedicar-lhe a devida atenção. Em função disso aceitei a proposta de dividi-lo com outros companheiros da cidade que precisavam de um espaço como este para dar publicidade a suas opiniões à respeito das acontecências caxienses.
Nem tudo, no entanto, são flores, e as divergências de opiniões ocorrem naturalmente - o que faz um bem incrível, diga-se de passagem, ao processo democrático.
Reparei hoje que alguns colegas que aqui escrevem tem uma posição diametralmente oposta a minha no que se refere aos últimos acontecimentos ocorridos na Secretaria Cultura.
Considero que o Prefeito Zito tomou uma atitude profundamente madura ao determinar o retorno da Secretária e prestigiar a questão pública. Outros autores, aqui, tem uma visão diferente deste processo.
Democracia é isso. O debate entre posições contrárias que acabam evoluindo durante o processo político que se apresenta.
Farei questão, portanto, à partir de agora, de assinar todos os textos por mim publicados neste Blog. Creio que esta seja a maneira ideal de estabelecer a linha de pensamento de cada um dos participantes e promover a maior clareza possível para aqueles que acessam o blog e lêem as matérias.

Vicente Portella

Zito: um ato de maturidade política

Minha relação política com Zito, o Prefeito de Duque de Caxias se limita ao voto que lhe dei em sua primeira eleição e à “cobertura” que fiz de seu segundo Governo em meu antigo site – O Falácia – um jornal eletrônico de humor que me deu muitas alegrias e cumpriu muito bem seu papel durante o tempo em que foi necessário.

Atualmente, apesar de estar morando efetivamente em Caxias, tenho me concentrado mais na política regional, embora não abra mão de acompanhar, mesmo que à distância, os acontecimentos em minha cidade.

Fiquei surpreso, é claro, quando soube do pedido de demissão da Secretária de Cultura Ana Jensen. Na frágil concepção política do poder público na Baixada Fluminense a saída de um membro do primeiro escalão por questão de princípios é algo raro. Por aqui sempre foi mais comum o loteamento da máquina pública por cabos e soldados eleitorais de parca qualificação profissional e o apego exagerado ao cargo por Secretários quase sempre nomeados muito mais por seus deméritos que por seus méritos.

Na verdade, a Baixada vem alimentando através dos anos uma forma de fazer política completamente divorciada do interesse público. A fundamentação para nomeação de gestores públicos em nível de secretarias normalmente se dá apoiada em noções tão mesquinhas que algumas pessoas se desencantam e outras simplesmente se acostumam com a tragédia.

No episódio da Secretária Ana Jensen, no entanto, a coisa se deu de forma diferenciada, qualificando, de maneira até inesperada, o debate político sobre a forma da cidade gerir sua cultura.

Em qualquer cidade civilizada o chefe do executivo nomeia seus secretários por critérios de qualificação profissional e os delega a responsabilidade de planejar as ações de sua pasta, escolhendo a equipe mais adequada para executar este planejamento. Assim sendo, o Prefeito tem toda a autoridade, advinda do voto, para cobrar resultados.

Na baixada, no entanto, raramente é assim. Chegamos à um nível tal de clientelismo, que estabeleceu-se a tradição de nomear qualquer um para qualquer pasta e utilizar os espaços que deveriam ser ocupados por equipes técnicas ou políticas como um bônus para aqueles que ajudaram na campanha do alcaide.

O critério de Governar com seus pares é justo e correto, no entanto é necessário que se tenha o cuidado de preparar as pessoas para o exercício da função pública, pois a máquina não pode ser indignamente loteada por agentes sem qualquer competência para exercer a função a eles designada, e, além disso, é fundamental que as equipes técnicas e formuladoras de políticas públicas sejam mantidas à bem do funcionamento adequado da máquina.

A Secretária Ana Jensen ao assumir o cargo, mesmo não sendo radicada na cidade, teve o cuidado de avaliar a equipe da Secretaria, considerar o desempenho de cada um e manter aqueles que cumpriam dignamente as suas funções. Isso, obviamente, não agradou à todos. Diante de uma realidade política local onde imperam as práticas clientelistas, paternalistas e fisiológicas, a Secretária optou por critérios técnicos de desempenho, o que acabou gerando conflito de interesses.

O Prefeito, certamente pressionado por seus cabos eleitorais, determinou mudanças à Secretária, e esta, dignamente, preferiu entregar o cargo. A atitude de Ana Jensen, atípica em um universo onde detentores do poder por nomeação costumam oferecer as vezes a cabeça de seus melhores amigos em troca da manutenção de seus cargos, certamente levou o Prefeito Zito à uma reflexão, pois a firmeza de sua posição deixou bem claro que a Secretária de Cultura, ao contrário de tantos, demonstrou que o compromisso com a qualidade das ações executadas por sua pasta é anterior a qualquer sentimento de apego exagerado ao cargo. Atitudes assim, repito, são raras no universo político da Baixada Fluminense.

O Prefeito Zito, por sua vez, demonstrando profundo amadurecimento político, teve a grandeza de recuperar a relação com sua Secretária de Cultura e reconduzi-la ao cargo atribuindo-lhe a responsabilidade sobre a escolha de sua equipe, como ocorre em qualquer democracia evoluída.

Para alguns a coisa pode parecer um mero imbróglio entre dirigentes, mas na verdade isso representa um passo importantíssimo para uma cidade até então acostumada às pequenezas da políticas.

Zito está de parabéns por não ter permitido que a mesquinharia predominasse sobre a máquina pública e Ana Jensen, igualmente, está de parabéns por ter tido a dignidade de defender seus princípios.

Considerando que a função precípua de uma Secretaria de cultura local é, além de fomentar a atividade cultural local, inseri-la nos contextos regional e nacional, resta-nos agora torcer para que a cultura de Duque de Caxias, uma das mais ricas do Rio de Janeiro, floresça e se desenvolva, pois, certamente, a cidade que, além de abrigar pessoas que produzem culturas variadas e de qualidade, é o berço da cultura nordestina na região sudeste do País, tem muita coisa a oferecer ao Brasil.

Vicente Portella

terça-feira, 20 de outubro de 2009

A hipocrisia está no ar

Estava assistindo a cobertura da ação criminosa no Rio de janeiro pela GloboNews e cheguei a ficar assustado. A hipocrisia e a capacidade de manipulação dessa gente é algo sem limites.

Antes de qualquer coisa vou fazer um histórico, pois históricos não mentem:

No início da década de 80, quanto nossas capitais viviam em relativa paz, o Jornal Nacional, da Globo, dava a cotação das drogas todos os dias. Não havia ainda o “problema” do tráfico, mas era só ligar a TV às 8 da noite para ouvir Cid Moreira dizendo que haviam sido apreendidos tantos quilos de cocaína em algum lugar que ninguém sabia onde era no valor de X dólares. Bastava fazer as contas para se ter a cotação do dia.

Paralelamente fomos inundados por filmes americanos que faziam apologia da violência da forma mais grotesca possível. O herói preferido da Globo era Charles Bronson no papel de um psicopata carniceiro que promovia todo tipo de violência e agressividade possível, mas haviam muitos outros filmes propagando a carnificina urbana. Centenas deles.

Foi nessa época também que a Globo nos brindou com uma minissérie chamada “Bandidos da falange”, estabelecendo os critérios para as organizações criminosas no Rio de janeiro e, poeteriormente, no Brasil.

Depois de criar na mídia o clima propício a super violência ancorada pelo tráfico de drogas, curiosamente, a coisa começou a acontecer no mundo real.

As pessoas mais sensatas já diziam, naquele tempo, que havia algo no ar além dos aviões de carreira. Não havia no Rio grandes produções nem de drogas, nem de armas. Como poderia haver tanta violência sem uma coordenação profissional e minuciosamente trabalhada?

O enfoque da mídia, no entanto, preferia regionalizar a discussão e procurar culpados nos Governos que não lhe eram subservientes, fazendo de Leonel Brizola, por exemplo, uma de suas principais vítimas.

O fato é que em cerca de 20 e poucos anos nossas capitais foram transformadas em verdadeiro território livre para a milionária indústria do tráfico de drogas e a imprensa, minimizando a questão, apontava sempre um ou outro gerente de boca rastaquera como o “inimigo nº 1”da sociedade, ignorando a lógica de que as fortunas geradas pelo tráfico se edificam muito longe da favela. De escadinha a Fernandinho Beira mar, muitos demônios foram inventados nesse período sem que a indústria da droga fosse sequer abalada. Todas as pessoas sensatas de então afirmavam categoricamente que só seria possível combater o tráfico policiando as fronteiras, porta de entrada de armas e drogas. Mas a imprensa, liderada pela Globo, sempre fez questão de ignorar essa lógica irrefutável.

Quando, já em 2000 e pouco, a Secretária de segurança pública, então comandada por Garotinho, resolveu fazer uma espécie de operação abafa na entrada dos pontos de droga, como forma de inibir as vendas e causar prejuízos financeiros ao tráfico, a Globo, como sempre, foi contra e demonizou o ex Governador.

Na verdade, durante todos esses anos a Globo insistia em cobrar das polícias estaduais o combate a um crime que é constitucionalmente federal, o tráfico de drogas.

Agora, no entanto, tendo um aliado seu sentado no Palácio Guanabara – Uma imagem de retórica, pois o Governador se dedica muito mais a Paris do que a seu assento no Palácio – a cobertura da Globo resolveu, deliberadamente, apagar toda a responsabilidade do Governador sobre os conflitos. Hipocrisia pura.

De repente o crime passou a ser atribuição Federal e os Governantes locais se tornaram “vítimas” do processo. Na concepção da Globo a cidade e o Estado vivem as mil maravilhas e o tráfico de drogas é apenas um “fato isolado” como disse hoje na GloboNews um jornalista cozinheiro cujo o nome me escapa.

O tráfico de drogas é , inequivocadamente, o grande mal da sociedade moderna e assola todas as grandes cidades do Brasil, apesar de ter feito muitos milionária nos últimos anos, e para combate-lo é preciso seriedade. Certamente não é com a política de segurança marqueteira do nosso (des)Governador viajante que o problema será minimizado.

A globo, antes de mais nada, deveria fazer uma auto crítica. Quem implanta e propaga um negócio extremamente rendoso, embora nocivo, perde qualquer moral para combate-lo, mesmo que este combate seja só de fachada. O que vemos na verdade é a hipocrisia e a má fé sendo propagada em cadeia nacional com o intuito de manipular as pessoas de bem. Antes de qualquer coisa, isso é uma covardia.

Vicente Portella

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Caxias 2016 – Entre nessa campanha

Estou convicto de que o Rio de Janeiro não merece sediar as olimpíadas de 2016, e isso se dá por vários motivos. O principal deles é não termos, neste momento, Governantes que valham a pena e possam garantir algo de concreto nas esferas estadual e municipal. Cabral e Paes são patéticos. A simples presença deles no processo desmoraliza a candidatura do Rio. Lula é de longe mais confiável, mas não Governa Estado nem Prefeitura.
Na verdade tenho a nítida impressão que toda a grana que gira em torno dos projetos para 2016 vai ficar no bolso de meia dúzia de poderosos e no final das contas nada será construído. Aliás, pode ser até que Cabral alugue mis alguns contêineres milionários e arranje uma desculpa esfarrapada para “utiliza-los” nos jogos, como fez com as UPAS.
Eduardo Paes também pode aprontar das suas. De repente ele pode arrumar um modo de incrementar a indústria das multas mandando instalar placas nas nádegas dos turistas só para poder multá-los e angariar um cascalhinho extra.
No geral, repito, não é uma boa idéia trazer as olimpíadas para cá, onde tudo vira marketing e nada funciona de forma minimamente adequada.
Uma revista americana fez uma matéria recente, de 14 páginas, sobre a violência do Rio, mas isso não me assusta. Bandidos existem em todos os lugares, governantes ruins, porém, há pouquíssimos no mundo pior do que os nossos.
Considerando isso tudo, resolvi lançar a campanha Duque de Caxias 2016, pois a coisa teria muito mais chances de dar certo. Caxias é a segunda cidade do Estado, uma cidade rica com povo pobre. Nosso Governante local também está longe de ser uma Brastemp, mas pelo menos aqui há mais espaço para construir coisas grandes e muito mais necessidade de tê-las.
Estádios de futebol, por exemplo, não temos nenhum que seja uma jóia de arquitetura, mas tem terreno paca para construir quantos quiserem. Piscinas olímpicas, complexos esportivos, quadras de vôlei, basquete, peteca de rede, nada disso tem em Caxias e exatamente por isso merecemos sediar os jogos, para ganhar isso tudo de presente. E tem outra coisa, aqui não da pra enganar muito com aquelas mutretas comuns em obras públicas: se for construído algo, todos vêm. Se não, vão saber que rolou mutreta, pois os terrenos continuarão vazios aos olhos de todos.
Outro detalhe importante é o povo da Baixada, sem aquelas enormes preocupações burguesinhas de zona sul. Aqui, pau é pau e pedra é pedra, sem subterfúgio. E além do mais o povo é gente boa, hospitaleiro e tem um senso de humor fantástico. A gente chega as vezes a rir da nossa própria miséria, como aquela moça, Amélia, da música do Mário Lago.
Enfim, eu estou ganho para a idéia. E tem mais: Obama, que é o primeiro negro a sentar no trono do País mais poderoso do planeta, se sentiria em casa em Caxias. De repente ele até abriria mão da candidatura de Chicago em favor da velha e boa Duque de Caxias. Seria bom paca.